São tantas poesias secas
São tantas vidas vazias
Que eu passo a frente dos dias
Como quem clama ouvir nostalgias
Exclamam: Viver de passado é museu!
Quem dera excluir da memória
Interceptar a história
Romper o que já se envolveu.
O que se cativa, se gruda, se finca
Como bomba de napalm
Arde, incendeia
Marca na pele, como gado
A tatuagem que se frustra, se trinca
Tudo que vive de passado.
A ideia construída do outro
É o aborto prematuro
O reflexo do passado
Inventando um futuro.
Saudosista de meia pataca
Nostalgia pela culatra
Lembra mesmo do que não viveu
Perpassou por casas vazias
Conheceu pessoas sombrias
Reclamou o que nunca foi seu.
O passado é abstrato em forma de aroma
Tem conteúdo, tem preenchimento
Vem cheio de coisas uteis
Desusadas, abandonadas
Termina com laços fúteis
Poesias, degoladas.
O passado é uma carta escrita com amor
Faz sentido, tem sentimento
Escreveu-se cheia de atitudes
Desonradas, descartadas
Termina com “desvirtudes”
Vidas rasas, amassadas.
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Pedras na janela