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domingo, 28 de março de 2010

No tempo livre, uma diversão perigosa.



Bomba de Verdade
Anabolizantes atraem jovens em busca do corpo perfeito; muitos usuários desconhecem perigos 
Rodrigo Braga/Folha Imagem
 TARSO ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não tenho medo de perder o braço, mas de ficar "frango'", diz Jonas*, 22, que usa "bomba" desde os 14 anos.



E "frango", se você não sabe, quer dizer fraco.



A frase do jovem expressa bem o sentimento de quem recorre a essas substâncias em busca de um corpo forte em tempo recorde: ficar em forma é mais importante do que a própria saúde.



Há meses sem malhar, ele nem toma mais os anabolizantes esteroides, hormônios sintéticos que ajudam os músculos a crescer mais rápido.



Injeta nos bíceps um remédio veterinário comprado sem receita em pet shops e apenas aumenta o volume do braço.



"Se aplicar errado, o braço necrosa e tem que amputar", diz, antes de dar uma risada.



William*, 18, é mais cauteloso. Ele está esperando parar de crescer para começar a tomar, já que os anabolizantes podem atrapalhar o crescimento.



"Quero tomar para melhorar meu corpo. É uma questão de autoestima", diz ele. Apesar de afirmar estar satisfeito com seu físico, diz que "querer melhorar nunca vai ser ruim".



Para ele, a vontade de tomar é combinação de pressa por resultado e curiosidade -coisas de gente da sua idade.



"Tenho muitos amigos que tomam. Muitos mesmo. Todos entre 18 e 20 anos."



Jéssica*, 24, começou a malhar porque não gostava das pernas finas -"tinha vergonha de usar short"- e acabou gostando: virou campeã brasileira e sul-americana de levantamento de peso.



Ela diz que resistiu à "tentação", mas que não foi fácil.



"Era louca para tomar "bomba". É a coisa mais normal no meio [do esporte]. Mas eu tive um ótimo treinador, que me falava sobre os efeitos. Vi amigas se transformarem com o tempo, com voz grossa, criando barba, espinhas..."








Pressa e trauma



Para alguns, como Bruno*, 22, a experiência foi traumática. Aos 18, ele queria ficar forte. "Era epidemia aqui onde eu morava. Todo mundo malhava. E eu tinha pressa, né?", conta.



Comprou duas ampolas de anabolizante injetável e aplicou-as em si próprio, uma por semana. "Não deu resultado."



Depois comprou outro, em comprimidos. "Tomei um por dia, por duas semanas." Aí o resultado apareceu. "Fiquei sete dias internado. Um em coma."



O diagnóstico foi uma crise hepática aguda, causada pelo excesso de hormônios no sangue. "Nunca mais eu tomo", diz.



Por causa de casos como esse, o deputado federal Capitão Assumção (PSB-ES) criou um projeto de lei no Congresso Nacional para tratar vendedores clandestinos de anabolizantes (veja ao lado) da mesma maneira que traficantes de drogas.



Mesmo que isso aconteça, a decisão entre saúde e beleza sempre vai ser de quem toma.



"Em pessoas mais jovens, os efeitos colaterais podem ser piores", diz o especialista em fisiologia do exercício Paulo Zogaib, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).




Acesse o link:

Esta foi uma reportagem retirada do site Folha da Uol. O uso de anabolizantes não é novidade para ninguém, porém a reportagem não perde seu teor assustador, ao se ouvir um jovem arriscar a beleza de que tanto prima, pela própria beleza. Perder um braço, para ser forte? Mas que escolha mais absurda! É essa contradição nas falas dos jovens que nos remete a outras contradições, como por exemplo, a essência do tempo livre ao qual o jovem se submete, preso aos conceitos e padrões de beleza que compõe o universo do tempo de não trabalho, e do uso deste em função do capital. Ainda me lembro dos bons tempos em que tais objetivações não me afetavam, nem afetavam meu tempo livre, pelo menos não com tanta violência, e com essa capacidade destruidora, com qual vem fazendo vitimas nos últimos tempos. Essa moda dos jovens de achar-se super homens, pode sempre ter existido, mas a perca de noção de realidade, e das verdadeiras conseqüências de seus atos parecem não assustar mais tanto assim, e é dessa forma que todo ato de liberdade acaba preso ao falso entendimento de ser livre, que consiste em se imaginar livre de acordo com o que nos é posto como liberdade. Ser livre para consumir? Para ir ao shopping, seguir a moda, ver TV? Ser livre até onde o dinheiro permite? De que tipo de liberdade estamos falando afinal? Ser livre é não precisar trabalhar? Dai que se concretizam os equívocos sobre o uso do tempo livre, o tornando inconseqüente e perigoso. Se no tempo de trabalho estou sempre a postos a satisfazer a vontade de um ser superior a mim, se   não são as minhas necessidades que estão sendo supridas, se o produto final me é alheio, é algo do qual não entendo como meu, ou parte de mim, ou se ainda o processo não é compreendido enquanto o todo, me encontro então alienado a tudo o que no fim envolve este meio, e justamente meu tempo de não trabalho se vincula a este tempo de trabalho, reproduzindo-o, daí a persistência em satisfazer os desejos alheios.

domingo, 21 de março de 2010

Teoria do cabide



De um enfoque geral, o que se pode perceber nos dias atuais é que as relações humanas sejam elas de amizade, ou de teor sexual, estão postas de uma maneira da qual nos cabe analisar profundamente, visto que trata da superficialidade, e da descartabilidade com que vem sendo tratados os relacionamentos. Não se trata de se utilizar de termos clichês para tentar entender este processo que assola os preceitos de uma amizade sincera, e de um relacionamento maduro e consciente, contudo se faz necessário primar pelos conceitos básicos de valores que nós consideramos a essência da vida humana, e quando dizemos nós, infelizmente não me refiro a todos, é simplesmente uma relação pautada na padronização das relações interpessoais, que teoricamente deveriam atingir a todos. Assim, como a ciência nos permite epistemologicamente partir de uma experiência concreta na tentativa de explicar uma conjuntura, tratei logo de buscar no fundo do meu âmago, teorizar a respeito de uma analise concreta, as atitudes nauseantes de um sujeito (objeto de estudo), que para os fins desta humilde pesquisa, deixou claro todos os  indícios que caracterizam a teoria do cabide, que se constitui justamente de levar no "banho Maria" situações, relações ou pessoas. Assim como se faz uso dos cabides, que trata de pendurar as roupas para posteriormente reutilizá-las, mas sempre as mantendo dentro de seus pertences, dentro de sua posse, para que na hora que precisar esteja ali, a vista dos olhos e ao alcance das mãos. Agora transfira a utilidade e funcionalidade imanente ao cabide para o projétil das relações humanas. Sim, este sujeito (objeto de estudo) nauseante, tem como características usar as pessoas, as pondo descaradamente em seus cabides, para que na falta, ou quando enjoar puder trocar sem peso na consciência. Já ouviu o termo "troca de namorado como quem troca de roupa"? Pois é, troca-se, mas nunca se desfaz dos que não estão em uso. Outra característica imanente ao nauseante sujeito é o "amor" banal por todos os seus pertences, chega a ser inacreditável como ele acredita amar suas "coisas", suas pessoas. É inacreditável, como o objeto de estudo se acha capaz de fazer o bem e esclarecer/resolver os problemas alheios. O sujeito tem como características também, a falta de originalidade, a falta de assunto, a falta de inteligência no âmbito da intelectualidade (o que não diz respeito a atos de esperteza isolados), a inconveniência, o despeito, a falta de caráter, a falta de amigos verdadeiros, a falta de relacionamentos verdadeiros, e o hábito da mentira. Suas intervenções no meio em que vive procedem das seguintes formas: Ou há a repulsa generalizada pelo sujeito nauseante, ou há a persuasão de pessoas mais maleáveis e influenciáveis, pelo sujeito nauseante, tendo normalmente como agravante uma situação insegura nas relações verdadeiras dos sujeitos submetidos às ações venenosas contidas na teoria do cabide. O sujeito nauseante pode ser comparado a uma bomba inversa, que destrói do sentido periférico ao sentido central, ou seja, mesmo sendo autodestrutivo, tem a capacidade de fazer um grande estrago ao seu redor, antes de qualquer coisa, ou antes, que este mesmo se destrua. Outros aspectos inerentes ao sujeito nauseante se dividem entre manter-se indiferente as suas atitudes hostis, o que elas representam, e o que os outros dizem sobre elas. Quando de fronte a situação em que suas mascaras não se mantém no rosto, tendem a buscar auxilio de quem ainda não observou a verdadeira face, tendem a covardia, a se por no lugar de vitimas, e ao cinismo incompatível com situações tensas, o que poderia caracterizar sem fundamentos muito aprofundados até certo principio de psicopatia. Este tipo de sujeito alega ser deprimido e doente a fim de obter atenção dos indivíduos mais maleáveis, adora dramatizar, fazer cena, fingir ser o que não é. O caso do nosso sujeito objeto de estudo, pode ser exemplificado quando, ao se observar suas excentricidades que lhe imprimem ser uma pessoa altamente higiênica, preocupada com a limpeza, ou vulnerável a determinados componentes naturais e químicos, ou ainda sua preocupação excessiva com os outros, ou consigo mesmo, e até mesmo um grau de intelectualidade, devido tudo isso a sua fala constante de ritualidade, de comprometimento com o bom convívio e com os conhecimentos, entra em contraste com a realidade concreta, que nos diz outra coisa, que imprime outra imagem, esta que pode ser traduzida por uma falsa ritualidade de limpeza, que consiste em deixar a louça da cozinha por dias suja ao ponto de criar bichos, contrapostos a exageros de limpeza como lavar uma faca suja por cortar limão por mais de 3 minutos, ou ainda limpar o chão com amaciante de roupas, atitudes minimamente estúpidas. Outro contraste seria se vangloriar de já ter passado para o curso de medicina, quando nem ao menos para este prestou, e muito menos passou. Pessoas assim são indignas de qualquer tipo de compaixão, e se em algum momento sentir, deve-se tratar de esquecer. A Teoria do cabide comporta em seu seio, atitudes desprezíveis, condizente com pessoas que compartilham de atitudes assim, e que em muitos momentos consideramos apenas “burrice”, quando provavelmente estejamos de frente a particularidades doentias e maliciosas, não podendo, no entanto subestimar a capacidade de destruição destes sujeitos nauseantes. De posse de tais características cabe ressaltar que não estamos, nem somos telespectadores de uma novela, por tanto não teremos o beneficio dos flash backs, as cenas chaves não serão reconstituídas para todos, só para quem realmente as presenciou. Por tanto a confiança e o instinto devem estar muito aguçados para não cair no emaranhado de teias do sujeito nauseante, que usa das técnicas da teoria do cabide. E ao chegar a esta conclusão baseado nas características de quem usa dessa teoria, percebo o quanto eu gostaria de nunca encontrar ou conviver ao lado de pessoas assim. Visto então todas estas depreciações ao usuário desta teoria obscura é inevitável concluir também que quem se utiliza dela, consequentemente tem objetivos incoerentes com os valores mais significativos inerentes a uma amizade verdadeira.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Toda falta

Tudo acabou agora
Só nos restou  lá fora
calçada, rua, e ir embora
noite fria
solidão a dois
É a dor da perda
da confiança
da amizade.
Como alguém poderia entender?
que o que todo mundo vê
se tornou o ponto cego
um algo estranho, distante
diferente de antes.
Seriam os novos conselhos
revestidos de teias?
Ou seria a simples fadiga
de não suportar uma amizade sincera?
Seria pedir demais um pouco de atenção?
Seria pedir demais um pouco de clareza?
Mas preferiu a escuridão.
Preferiu dar a novela um final infeliz.
Sem perdão.
Sem respeito.
Sem lembranças.
Por que é mais fácil esquecer.
É mais fácil o momento novo de prazer
que compense a falta do velho.
Jamais pensei ser tão metódico
caminhando pela lógica
que de tão lógica, descartou todo e qualquer sentimento
jogando até mesmo os valores mais básicos
pela janela.
Passou a confiar no que há de mais duvidoso
simplesmente por que o certo nem sempre é o perfeito.
E fez lixo o que um dia foi ouro.
Nos fez lixo.
E de tanto tentar explicar
até mesmo eu me confundo, tendo a certeza da perda.

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