Este ponto de inércia da vida em que me encontro, é um ponto de desencontro, de desconforto, de descalabro. É um ponto no qual, cheio de dedos, pisando em ovos, com o máximo de cuidado, tento atravessar sem provocar mais nenhum tremor, nenhuma tragédia. A necessidade de não demonstrar a vida por um fio, termina em um sorriso sem graça e apático no fim da noite. Um sorriso triste, para aqueles que nunca vão entender da tua dor. É imprudente tentar explicar a essa gente racional e literal, sobre pensamentos e angustias profundas, esperando uma resposta com a mesma subjetividade, porém com o trato da compreensão. As respostas normalmente serão monossilábicas, incoerentes, formais e não dirão respeito ao que de fato tem a ver com suas angustias. Terás meu caro, que fingir, que racionalizar, tornar natural tuas decepções a fim de se manter não totalmente preso ao cais solitário dos incompreendidos. Este tom irracional de lhe dar com a vida afasta, dizer a verdade te torna ríspido, seco, frio, a olhos nús, racional demais. Mas verdades merecem uma pitada de razão, mesmo tendo princípios de subjetividade, mesmo não se apegando a dogmas, ou a caminhos únicos. É disso que estou falando, trata-se exatamente dessa visão monocromática que as pessoas tem da vida, dessa forma retilínea e direta de tratar dos problemas. Nesse sentido, o que me resta, a não ser sorrir e concordar? Se ao discordar, a racionalidade das pessoas não permitiram que sigam seu raciocínio desprendido. Eu não sei até quando as pessoas vão se enganar pensando que esse otimismo barato surte algum efeito, eu não sei até quando elas vão me dizer o que fazer, como se eu não soubesse, não sei até quando vão ser felizes com seus engôdos egoístas diante do resto do mundo. Esse sociopata dentro de mim, transforma os performáticos sociais, os centros das atenções, as belezas naturais, os aventureiros cheios de histórias, os bem pagos, os parcialmente felizes, os conformados, os exageradamente otimistas, os fervorosos, os "sortudos", os favorecidos biologicamente/genéticamente, os bem sucedidos, os racionais, os materialistas, os oportunistas, os interesseiros, e os neutros em algozes implacáveis para mim. E a cada analise do espaço estático racional, mais eu me prendo ao mundo das subjetividades insanas. Sei que chegarás o dia que serei tratado como louco, em doses homeopáticas com sorte, somente como senil.
sábado, 29 de janeiro de 2011
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