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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

NAS CURVAS DA SOLIDÃO


O meu nome não é rei, não é vida bandida, não é estrada, nem avenida
Eu seguia a mais de meia noite, e bebia a mais de 100 por hora
E corria nos pensamentos, lembrava e afogava toda magoa
Eu voltava pra casa, atravessava a escuridão
E resolvia meus problemas, gritando aos 4 ventos
Eu já não estava mais na mesma mão
E o sinal já não era mais vermelho
Mas, eu resolvi parar, pra não seguir chorando
Consentindo com a ilusão
Daquela noite, de todas, foi em vão
Eu amava águas passadas, sobre rodas de uma moto prata
Nas curvas da solidão
Remoia o vazio, na arrancada do motor
Distraído, impulsivo, não é amor, é colisão
É batida a meia roda, meio tanque, contra mão
Já passava da chegada, mas ainda acelerava
Inconseqüente e imprudente
Não vi que aquele sinal aberto, não era certo
Ruas vazias, noite tão fria, mas quente do verão
Ficava na lembrança, amizade de estação
Como a carcaça, da moto pelo chão
Um vai e vem de ninguém
Mais uma garrafa de cerveja abandonada, nas minhas mãos
E ainda temos tanto tempo
Mas o tempo não é infinito, na estrada há perigo
Pra que se ferir sozinho?
Nas curvas da solidão, contra mão.

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