No tocante das eleições se torna desagradável ter que escolher, e ter como encargo decidir quem será responsável por nós mesmos. É realmente nauseante parar pra pensar, discutir, refletir, ou levar provocações aos alheios a tudo isso, na tentativa de que todos enxerguem além do que lhes mostram. Plínio já comentou sobre a desigualdade entre os candidatos a presidência promovida pela mídia no debate que se efetuou na Rede Bandeirantes de televisão. Sentiu-se injustiçado ao perceber que a ele poucas questões foram direcionadas, menosprezando sua capacidade de resposta, e todo seu empenho em estar ali como um candidato, nesse sentido pouco teve chance de participar do debate, mesmo estando lá de corpo presente, o que demonstrou bem o quão a ideologia capitalista se move se articula pra se manter o poder aos neoliberalistas, de modo a cooptar indiscriminadamente valores de uma sociedade igualitária e verdadeiramente justa. Fazendo analogia a minha época de colégio, percebo o quão a palavra popularidade se faz presente no meio político, qual seria o significado disso, e qual a importância disso? Lá na escola, popularidade deixava em destaque somente os nomes dos mais populares, enquanto aos “não populares” só restava falar dos populares, não obstante, nessas eleições percebe-se algo comum, como uma guerra de popularidade entre aqueles que a mídia e mais ninguém decidiu que por bem seriam populares, seriam importantes. Mas oras quem deveria decidir isso? Que “democracia” mais furada. E mais uma vez remeto a falsa liberdade arraigada como verdade absoluta aos nossos olhos inocentes. Será que somos realmente nós que estamos escolhendo os governadores do nosso país? Eu tenho absoluta certeza que não. Somos vitimas de uma estratégia ideológica, carregada de valores distorcidos, que primam pelos privilégios próprios, e pela manutenção da propriedade privada. Lula na busca incessante pela vitória decidiu por tentar conciliar as classes, decidiu injetar dinheiro publico em universidades privadas, mas ele sabe que é justamente a divisão de classes que mantém a miséria da sociedade, que por excelência faz parte do modo capitalista. Hoje muitos eleitores espalhados por ai, talvez nem saibam da existência de partidos como PSTU, e de candidatos a presidência como Zé Maria, que até onde sei, tem origens muito parecidas com a de Lula. Seria uma segunda chance de não se submeter à burguesia? Eu acredito que sim. Mas por que não se tem o mesmo espaço na mídia? Por que o horário gratuito não dá o mesmo tempo de propaganda eleitoral a todos os candidatos? Por que beijo gay ganha tanta polêmica? É o maldito conservadorismo “fim de carreira” a qual estamos submetidos. E conservadorismo, diga-se de passagem, não é o que muitos imaginam ser, como conservar um tênis ou uma camiseta, estamos falando de conservar o poder nas mãos de quem já o carrega há muito tempo, falamos de conservar a população ignorante, e miserável a ponto de não conseguir revoltar-se contra a burguesia, e por isso digo, não é a toa que candidatos como Zé Maria não tem imagem promovida pelos meios de comunicação que representam a burguesia claramente. Seria distribuir armas aos inimigos. Essa guerra centralizada entre Dilma e Serra é algo tão superficial, e nauseante que me pego a pensar como a população não é capaz de regurgitar mesmo que inconscientemente uma revolta de verdade, no sentido de saber que por serem dois fantoches burgueses no topo da popularidade, é claro que nada vai mudar, é claro que os miseráveis continuarão na mesma situação. Vamos nos dignar a não estar contentes com meia dúzia de soluções paliativas que os candidatos dizem ter promovido. Eu voto em cortar as cordas que articulam esses fantoches, eu voto por mudança concreta e pela visão esclarecida sobre os fatos.
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