Existem vários tipos de escritores, os bons, os ruins, os técnicos, os literários, os amadores, dentre outros. Quando nota-se não encaixar-se em nenhuma das alternativas, busca-se a auto-afirmação e a identificação com o resto do mundo, afinal de contas, escrever, por mais secreto que possa ser, no seu intimo possui um desejo de ser revelado, de ser lido. Escrever se acomete de uma ansiedade leviana em que qualquer ser humano, normal ou anormal alfabetizado, deliberadamente pode se submeter, no anseio de expor suas idéias, que por mais estapafúrdias, para o escritor sempre são dignas de serem lidas O que de fato não torna o escrito algo de interesse global, universal, ou seja lá qual amplitude. Não ser um escritor ou compositor de renome provavelmente será um tremendo obstáculo para os provincianos escritores de meia pataca, sendo assim, estes tendem a se auto promover, diga-se de passagem, que isso nos dias atuais tornou-se “mel na chupeta”, visto o desenvolvimento das tecnologias, da informatização, e do fácil acesso a tudo isso. Em tempos de Twitter, Orkut, Facebook, Formspring, Blogs e Web Menssenger, todas as nossas preferências, e todas as nossas opiniões estão sendo disseminada pelo meio virtual. Concomitantemente pelo meio real, o qual não se desvincula do primeiro em momento algum, a não ser no imaginário individual. A autopromoção demanda todos os tipos de artifícios, desde vídeos super criativos expostos no You tube, até status de Orkut, o que interessa é aparecer, é ocupar o seu espaço, é deixar o seu recado, pois quanto mais pessoas souberem da sua existência, maior a probabilidade de se tornar um escritor, ou seja, lá o que quiser ser, com o respaldo do povo. E já que a vida se tornou um grande palco de caça talentos, por qual motivo não tentar a sorte? Eis que despretensiosamente me tornei dono de um blog pouco visitado, pouco comentado, pouco interessante, porém, este apresentava o supra-sumo das minhas miseráveis capacidades de escrita, que não se desenvolveram pelo bom leitor que fui, muito menos pelo cérebro privilegiado, e talvez ainda não se saiba bem de onde partem tais idéias, o que ressalto sempre é que escrevo pela indignação que muitas vezes é motivo de inspiração, e que muitas vezes na falta de um bom ouvinte, acabam por serem transcritas sorrateiramente no humilde Blog. Este modo desregrado, desprovido de técnicas e sem a obrigatoriedade do politicamente correto me proporcionam justamente algo que em poucos momentos sou capaz de sentir, o prazer. O prazer de se expor, de ser ouvido, e de ser levado a sério, que não existem, ou não acontecem no mundo real, são alcançados neste mundo paralelo onde vivem os blogueiros com ou sem objetivos. É neste diário indiscreto que todos os meus ódios, anseios, inquietações e toda a falsa liberdade que tenho podem ser expostas. Regurgito por que dentro de mim, tudo isso me faria doente, me mataria em poucos dias.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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