Na
ultima sessão da câmara de vereadores a preocupação era a de desmentir e
desqualificar a carta escrita pelos padres e distribuída via jornal impresso
para os fiéis da igreja católica de Sarandi em algumas paróquias. Para tanto c e
Aílton Machado não mediram esforços ao vociferarem contra a carta, contra os
argumentos dos padres, e contra qualquer questionamento que parta da população.
Demonstrando-se assim, claramente opostos a manifestação da opinião popular,
institucional ou até mesmo da imprensa, que ouse contradizer, cobrar, ou
apontar erros na atual administração e na própria condução da câmara de
vereadores de Sarandi.
A câmara de vereadores se
manteve em silêncio, corroborando com a mazela política até ontem, se
esquivando de todas as formas de responder o que o grupo popular questionava a
respeito do atual panorama político, das denuncias contra o Carlos de Paula
(PDT), e contra o secretário da Educação professor Manoel. Somente depois de
terem suas condutas vis, expostas por uma instituição com credibilidade perante
a população, e de certa forma atingindo uma grande parte dos moradores de Sarandi,
foi que os excelentíssimos vereadores se propuseram a disparar impropérios em
defesa de causa própria.
Os maiores impropérios
partiram do presidente da câmara Rafael Pszybylski e
do vereador Aílton Machado, ecoando sobre o silêncio vazio e obscuro dos outros
vereadores, e dos presentes na câmara.
Com repugnância nauseante
disparou Rafael Pszybylski nunca ter ouvido
falar em afastamento pelos motivos alegados pela justiça que investiga o caso
de Carlos de Paula, e prometeu nos próximos dias apresentar uma cópia do artigo
em que Carlos de Paula esta sendo enquadrado, para que a população também possa
compartilhar de seu ponto de vista camarada e companheiro em respeito ao desvio
de verba e o uso da maquina publica em benefícios próprios, denuncias as quais
o prefeito afastado, nega veementemente envolvimento. Segundo
o presidente da Câmara Rafael Pszybylski
o afastamento de Carlos Alberto de Paula é incompreensível, disse também que os
vereadores não podem ser cobrados no sentido de tomarem um posicionamento, ou
investigarem o caso, justificando a ação do GAECO, que tomou o caso para si, e
por estar em segredo de justiça, que leva os vereadores a não saberem como
proceder.
Rafael
alegou que os vereadores e a imprensa não estão sendo omissos como diz a carta
escrita pelos padres. Como não estão sendo omissos? E que história é essa que
nós não temos o que cobrar? Temos sim o que cobrar. A carta escrita pelos
padres foi direta ao mencionar a aprovação de diárias para viagens enquanto o
dinheiro da educação foi desviado, enquanto a cidade amarga em problemas
estruturais, de saneamento básico, enquanto alunos estão sem uniformes. Rafael
foi de um totalitarismo imenso ao declarar que não é o povo, não são os padres,
não é a imprensa quem deve dizer o que deve ou não ser aprovado, mencionando que
isso diz respeito ao tribunal de contas que fiscaliza a câmara. Declarou ainda serem
totalmente legais as diárias para viagens, bem como as diárias para deputados,
e citou vários outros cargos como desembargadores, a fim de defender o
indefensável. Não se trata de legalidade, se trata de respeito, se trata de
ética, se trata de coerência. Como podem ser aprovadas diárias na situação política
em que se encontra o município de Sarandi? O questionamento é legitimo.
Aílton Machado vociferou munido de seu microfone contra liberdade de expressão, um
direito constitucional. Sugeriu que a câmara deve se posicionar punindo no que
for cabível quem ousar se manifestar contra o prefeito e a autoridade dos
nobres vereadores. Disparates foram exclamados em tom de ditadura, clamando
pela opressão da liberdade de expressão, chegando a pedir indiretamente aos
vereadores a possível punição, por exemplo, dos padres por terem escrito a
referida carta. Entre discursos demagogos em tom eleitoreiro e devaneios egocêntricos
destacou que não é por ser uma pessoa pública que as pessoas podem falar o que quiserem
dele, e disse ainda que é uma autoridade e que tem que ser respeitado por isso.
Mal sabe ele a diferença entre autoridade e autoritarismo.
Depois
de presenciar mais uma sessão cheirando ao azedume do cinismo, cheio de ataques
à liberdade de expressão, cheio de defesas ao orgulho ferido dos vereadores em
detrimento das cobranças da carta dos padres, percebo cada vez mais nitidamente
o tamanho do buraco negro em que os cidadãos sarandienses mergulharam de
cabeça.
Como
fez diferença a ausência de eleitores votando nas ultimas eleições. Vereadores
foram eleitos com menos de mil votos, numa cidade com grande quantidade de
eleitores. Qual a representatividade desses vereadores na câmara municipal?
Quando penso que o jogo político azedo e covarde desse grupo político que
cavalga nas costas dos sarandienses conseguiu sorrateiramente derrubar o
vereador mais votado, e único que hoje faria real oposição, não se sujeitando a
votos combinados previamente como vem acontecendo frequentemente na câmara, tenho
vontade de estapear a cara de cada cidadão, para acorda-los desse transi, desse
sono que impede qualquer movimento, qualquer reação, qualquer esboço de
indignação.
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Pedras na janela