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segunda-feira, 25 de março de 2013

Ordem do dia na Câmara não passa de manutenção de curral eleitoral na cidade




A câmara municipal de Sarandi legisla completamente fora da realidade. A lógica é a mesma lógica instaurada pelo modelo organizacional capitalista sobre o trabalho produtivo. Os projetos e os ofícios que entram em discussão não refletem a realidade, e demonstram claramente a falta de diálogo com a população.
Existe tão somente uma necessidade de criar projetos e solicitar ao executivo uma gama de imbecilidades inúteis aumentando o arcabouço político dos candidatos na cooptação de votos e eleições posteriores, mantendo o curral eleitoral.
Aos desavisados de plantão, ao ler a ordem do dia da câmara municipal, certamente se dará por satisfeito, e entenderá que o trabalho dos vereadores esta efetivamente sendo cumprido, entretanto com um olhar mais aprofundado e questionador, notaremos um total despreparo para lidar com os cargos por parte dos vereadores. Os vereadores sob um olhar inocente estão perdidos, atirando para todos os lados, preenchendo o horário de serviço com qualquer porcaria de projeto, ou qualquer solicitação perniciosa para o executivo, no intento de mostrar trabalho.
A ordem do dia desta segunda feira dia 25, não foi diferente. A população sarandiense começa a lidar com um retrocesso de nível federal, e talvez estimulado por essa abertura, sentiram-se aqui no governo local, com o direito de legislar de acordo com suas convicções religiosas, desprezando a diversidade religiosa, e a não crença.  O ITEM IX – PROJETO DE LEI Nº 2220/2013, do edil JOSÉ ROBERTO GRAVA, Tendo como Co-Autor o edil AILTON RIBEIRO MACHADO, o qual Inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município, o “Dia do Jovem Cristão”, deixar claro quais são as prioridades dos vereadores, e entre elas estão, proselitismo religioso, e a violação da laicidade do Estado, que não deve legislar baseado em paixão religiosa.
Por outro lado, o ITEM III – REQUERIMENTO Nº 059/2013, do edil ERASMO CARDOSO PEREIRA, Ofício ao Senhor Prefeito, solicitando que viabilize a aquisição de 02 (duas) Máquinas de Ultrassom, sendo uma para a Clinica Materno Infantil, e outra para a futura instalação do Hospital de Especialidades. Este me parece mais nitidamente deslocado da realidade da saúde de Sarandi. As denuncias de falta de médico na UPA são frequentes, e a situação em que a saúde se encontra, vai além da nossa compreensão banal sobre as políticas públicas. Os funcionários estão com medo de serem agredidos pela população que em sua essência não tem discernimento pra responsabilizar quem realmente deve ser responsabilizado, e por ventura em situações de desespero pela péssima administração incorrem no risco de cometer atrocidades irreversíveis contra os funcionários da UPA que funcionam como testas de ferro para os verdadeiros culpados.
Os canalhas que legislam no município não tem qualquer compromisso com a realidade, com a diversidade, com os verdadeiros interesses e necessidades da população. Legislam sem compromisso, desinteressados, como se estivessem fumando um cigarro e tomando um whisky tranquilamente na poltrona.


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