A câmara
municipal de Sarandi legisla completamente fora da realidade. A lógica é a
mesma lógica instaurada pelo modelo organizacional capitalista sobre o trabalho
produtivo. Os projetos e os ofícios que entram em discussão não refletem a
realidade, e demonstram claramente a falta de diálogo com a população.
Existe tão
somente uma necessidade de criar projetos e solicitar ao executivo uma gama de
imbecilidades inúteis aumentando o arcabouço político dos candidatos na
cooptação de votos e eleições posteriores, mantendo o curral eleitoral.
Aos
desavisados de plantão, ao ler a ordem do dia da câmara municipal, certamente
se dará por satisfeito, e entenderá que o trabalho dos vereadores esta
efetivamente sendo cumprido, entretanto com um olhar mais aprofundado e questionador,
notaremos um total despreparo para lidar com os cargos por parte dos
vereadores. Os vereadores sob um olhar inocente estão perdidos, atirando para
todos os lados, preenchendo o horário de serviço com qualquer porcaria de
projeto, ou qualquer solicitação perniciosa para o executivo, no intento de
mostrar trabalho.
A ordem do dia
desta segunda feira dia 25, não foi diferente. A população sarandiense começa a
lidar com um retrocesso de nível federal, e talvez estimulado por essa
abertura, sentiram-se aqui no governo local, com o direito de legislar de
acordo com suas convicções religiosas, desprezando a diversidade religiosa, e a
não crença. O ITEM IX – PROJETO DE LEI Nº 2220/2013, do
edil JOSÉ
ROBERTO GRAVA, Tendo como Co-Autor o edil AILTON RIBEIRO MACHADO, o qual
Inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município, o “Dia do Jovem Cristão”,
deixar claro quais são as prioridades dos vereadores, e entre elas estão,
proselitismo religioso, e a violação da laicidade do Estado, que não deve
legislar baseado em paixão religiosa.
Por outro
lado, o ITEM III – REQUERIMENTO Nº 059/2013, do edil ERASMO
CARDOSO PEREIRA, Ofício ao Senhor Prefeito,
solicitando que viabilize a aquisição de 02 (duas) Máquinas de Ultrassom, sendo
uma para a Clinica Materno Infantil, e outra para a futura instalação do
Hospital de Especialidades. Este me parece mais nitidamente deslocado da
realidade da saúde de Sarandi. As denuncias de falta de médico na UPA são
frequentes, e a situação em que a saúde se encontra, vai além da nossa compreensão
banal sobre as políticas públicas. Os funcionários estão com medo de serem
agredidos pela população que em sua essência não tem discernimento pra
responsabilizar quem realmente deve ser responsabilizado, e por ventura em
situações de desespero pela péssima administração incorrem no risco de cometer
atrocidades irreversíveis contra os funcionários da UPA que funcionam como
testas de ferro para os verdadeiros culpados.
Os canalhas que
legislam no município não tem qualquer compromisso com a realidade, com a
diversidade, com os verdadeiros interesses e necessidades da população.
Legislam sem compromisso, desinteressados, como se estivessem fumando um
cigarro e tomando um whisky tranquilamente na poltrona.
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