E mais uma vez a constatação de que toda maioria é burra, de que toda maioria é justamente a massa que faz desse bolo um enorme bolo fecal. Não vou defender nenhum candidato a senado, a deputado a presidente, por que longe de mim ir contra a maioria, a absoluta maioria, que torna minha vida cheia das desgraças de uma sociedade regrada pelos ideais burgueses. Não posso ir contra uma maioria que tornou minha vida parte de um país miserável, imerso na pobreza, das coisas e da alma. Como reclamar de uma maioria que tornou a política um programa humorístico de televisão, que dá plenos poderes para os patrões continuarem a exploração dos trabalhadores? Francamente, quem sou eu para ter algum direito de escolha no país que se orgulha de uma falsa democracia, de uma pseudo liberdade, onde escolher é justamente optar pelo que lhe é oferecido, mesmo sendo o que há de pior. Como se opor a uma maioria que sabe muito bem como protestar, votando em ícones da comédia pastelão, como se fosse realmente demonstrar alguma forma de resistência. Eu tenho mesmo é que agradecer por continuar a mercê das mazelas dos donos do capital, pelos donos das industriais, pelos donos dos pedágios, das multi nacionais, pelos donos da comunicação, pelos nossos donos, que a cada eleição sabe bem como nos por as coleiras, e manter este véu que cobre a realidade, mesmo sendo um véu transparente, ainda sim, o cão sem dono covarde com medo de perder o osso, mantém o capital aos capitalistas, vitima dos paradigmas. É o país onde o homem aprende desde cedo a votar, por que precisa ser um cidadão, contudo é o país que não precisa de educação, que não precisa de cultura, que não precisa saber as verdades, basta saber contar até dez, e diferenciar algumas cores, verde, vermelho e branco. É disso que se precisa para que a mais pura e mais falsa democracia possa se realizar. Vamos ser democráticos, chamem os índios analfabetos e excluídos de todos os seus direitos primitivos a elegerem, a contarem como volume nas eleições. Venham nordestinos vitimas da pobreza, essa é a hora de mostrar que são parte do Brasil, sim, quer melhor momento que esse, o de por alguém no poder, que não te representa, e que vai continuar a te explorar, lhe pondo cada vez mais a margem da sociedade, engorde este bolo fecal. É dessa maioria que eu deveria me sentir orgulhoso? É deste país que deveria me sentir parte? Não posso me orgulhar de uma maioria conservadora dos costumes alheios. Não posso me orgulhar de uma sociedade desarticulada e conformada. Venham vocês também que não fazem questão de saber de política, é desse tipo de gente que os donos do capital gostam, assim o bolo aumenta mais e mais. Não vou dizer que brasileiro é burro, pelo menos não por que quer, é burro por que querem, sim, entendam, que nos fazem burros, entendam que político nenhum quer dar educação para a massa, entendam que a precarização da educação é proposital, pois é muito mais fácil manipular uma massa sem massa encefálica, que pessoas cultas, detentoras do conhecimento sobre a economia política, sobre o desenvolvimento da sociedade, sobre a história, sobre tudo. Essa condição de classes médias, classes médias altas, classes altas, é que cegam totalmente esta paisagem de desigualdade, de anti democracia, e nos tornam pessoas sem consciência de classe, nos pondo uns contra os outros, sem jamais notar, que nesta briga, existem apenas dois lados, os donos do capital, e os explorados por eles, seus escravos por opção. Eu realmente não posso propor soluções, mesmo por que, quem sou eu, para resolver o problema de uma maioria que já tem dono. Deixo então a ponta do véu levantada para que tirem as próprias conclusões, e quiçá não serão mais parte deste bolo fecal que chamam de cidadãos exercendo seus direitos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Tudo o que se vê
Meus devaneios
(54)
Só abro a boca quando eu tenho certeza
(31)
Poesia
(15)
Poemas poéticos patéticos hipotéticos e nada inéditos
(7)
O pai responde
(3)
control-c+control-v
(3)
A história de Edward O'Brian
(2)
Lembra a música daquele filme?
(2)
Pimentas nos meus olhos é refresco
(2)
Uma legião fala por mim
(2)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pedras na janela