Fechei os olhos, abri os braços e me atirei na imensidão. Cai deitado, despedaçado, virei pedaços, era o abismo da solidão. De peito aberto, futuro incerto, o que esperar de um salto tão alto? Quando o fundo distante fica cada vez mais perto, e o incerto é mais que certo, é fato. O que importa se eles não te ouvem mais? O que importa se eles não te olham mais? Se não te procuram mais? Quem é que quis assim? Não chamar a atenção, sempre chorar no fim, e ainda pedir perdão. Ainda ontem estava tudo bem, mas não se ouvia ninguém. Não é de ontem que não estava bem, há muito tempo que o escuro o detem, buscou refúgio num submundo, desesperado, amordaçado, talvez sozinho, talvez calado, não faça mal a ninguém. Isso é inútil, é absurdo, ficar trancado no próprio quarto como na jaula dos leões. Olhar para os lados e não ver ninguém, mesmo entre as multidões, cruzar os braços, juntar pedações e cair na imensidão.
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