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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Não é acaso.

Janela Lateral, margem, de lado, distante, deixado, esquecido, em um ponto neutro, imperceptível, mas não imune, pois o vento sopra aqui também, trás doenças, tristezas e decepções. Janela não é atoa, é por falta de porta, de espaço, de saída, de entrada, é por não fazer parte, mas presenciar de longe toda a arte, é de onde eu tudo vejo, vejo, vejo, vejo e não vivo. Fechar a janela não é tão simples, implica em dor fisica, em sangue, em medo e desapontamentos. Implica em solidão eterna, escuridão, um novo macábro. Covardemente eu mantenho a janela assim, como está, entreaberta, para não ser notado, para que não sintam pena, nem desprezo para que não joguem pedra, e que não instigue os curiosos. É uma janela sem cor, gelada e sem vida, é fato que poucos a percebem ali, como uma janela, com sua devida importância, por isso não arrisco meu rosto fora dela, ateariam fogo na primeira chance, queimariam minha mascára, e descobririam meus segredos. Minha casa não tem portas nem portões, não tem travas, mas esta sempre fechada, a janela nem é muito alta, mas é lateral, e o que esta de lado não tras beneficios, lucros, ganhos, não dá nada em troca, apenas fica ali, do lado, marginal.

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Pedras na janela


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