Venho interpôr com sangue meu calvário injusto. Pare de me cortar insistentemente só pelo prazer de ver meu sangue jorrar em bicas. Minha inocência já não tem a mesma pureza devido a globalização da sordides e o alastramento ininterrupto da ignorância e dos ignorantes. Meu ópio, transcende no meu modo demode ao se expor. Eu deliberadamente já vi muito sangue derramado por muito menos que isso, já vi o veneno sair pelos póros, a pus sair pela boca, e senti medo. Ao pai que mata o filho com fumaça de cigarro, a mãe que condena ao câncer sua fonte de alimento. E ao filho que aprende cedo como se destrói a pauladas o significado da vida. Ao ódio banalizado nas ruas em meio as crianças despudoradas e obscenas. Ao vento gelado da madrugada que mata as almas esquecidas. Ao teu olhar que salta por sobre a linha paralela do oprimido. A conivência indiscriminada com o descaso desumano arraigado na inconciência dos paupérrimos quando se trata de sentir e de agir. Ao conforto de estar distante da atrocidade desenfreada em terra santa. E aos que corroboram para a manutenção do calvário de imprudências e devastações. Aos que cultivam e alimentam o pré- conceito a respeito do que é nada mais, nada menos que um ser humano. Aos que ostentam o disperdicío comprando o glamour fútil e retrógrado. Ao consumo desproporcional, incoerente e doentio de imbecis que nem ao menos sabem o que querem, mas tem de tudo. Aos desejos internalizados intensificando a sensação de culpa pelos que já pagam por ela. A você estúpido que acredita não fazer parte de tudo isso, que não gosta de politíca, que abomina injustiça, mas é injusto todos os dias. A você pérfido assassino indireto e intolerante que acredita estar por cima da carne seca só por que te classificam como classe média, e não enxerga que só existem duas classes, a dominante, e a dominada. Pelo fim sem dor para um recomeço sem cor, sexo ou classe.
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