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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Coisas talvez sejam livres.

Quando se pensa que tudo gira em torno de valores, que toda liberdade até que se prove o contrário é inesistente, é que se deixa transparecer o ópio das relações humanas, meu livre pensar nada mais é do que estar preso a tudo aquilo que se restringe ao que eu fui capaz de apreender, de assimilar, de comprar. E definitivamente comprar não é uma ação livre, pelo contrário, é o próprio cárcere do consumismo exarcebado, que insiste em definir o status quo, dentro de uma sociedade tendenciosamente alegre demais pra se dar conta de que está se sucumbindo as mazelas da coisificação do homem. No mundo da "terra de ninguém" que alguem passou a mão não se sabe bem o por que, uma grande parte se viu de posse somente dos músculos e da força de trabalho, por isso trataram logo de vendê-la a preço de banana, ou a qualquer outro preço menor, já que a lógica capitalista insiste em bomberdear "os de senso comum" e "os de senso quase critico" com centenas de formações profissionais, botando fogo no mercado, aumentando consideravelmente a demanda de conformados se arrastando pelo salário mínimo, uma questão de sobrevivência. E se estamos contentes, de bem com a vida, otimistas e esperançosos por que ainda conseguimos pagar uma viagem via CVC em 24 vezes pro Recife, e nos apontam como classe média, é por que o contigente humano disponivel para exploração ainda é imenso. Capital humano eles dizem! Eu digo que de humanos não se resta muita coisa. Não é possível que nessa odisséia pela terra o único passo que tomaremos seja o de vegetar, esperar o tempo passar, trabalhar, pagar as contas e dormir, e de vez em quando fingir ser gente, fingir ser livre. Mas falar de liberdade é justamente falar de algo que não temos. Por que em todos os momentos em que nos consideramos livres, automaticamente nos aprisionamos a idéia de estar livres, não de ser livre. E por conseguinte se estar livre é uma condição, ela se opõe a momentos de privação, e quando nos achamos livres reproduzimos nossa prisão, consumimos, nos vendemos, sempre bastante distraidos, esperando a morte chegar.

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Pedras na janela


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