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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Eu fali, eu falhei.



Hoje é um dia triste, amanheceu nublado o meu penar, o meu olhar. Amanheceu chuvosa as minhas expectativas, as minhas ideias, os meus sonhos. E isso não tem absolutamente nada a ver com o outro, pelo contrário, diz respeito a mim. Eu sei, parece egoísmo, no entanto, apesar de ter aprendido tantas coisas nos últimos anos, percebi que junto a estes conhecimentos, adquiri uma visão de mundo que me torna incapaz de tomar certas atitudes, de voltar atrás em certas relações. Eu não posso mais me preocupar com o outro por que há tempos não me preocupo comigo mesmo, eu sei parece egoísmo, no entanto faz tanto tempo que venho misturando o caos pessoal que é a minha vida com o caos social, com o caos que anda a humanidade, e isso tem me feito mal. Eu tenho andado distraído, eu tenho gostado de coisas que não combinam com o moderno das relações humanas, eu tenho estagnado. Acho que de tanto teorizar, acreditei que na prática eu seria infalível, doce ilusão, eu fali. Eu falhei como poeta, como romântico, como irônico, como escritor, eu falhei como amigo, como filho, como irmão, eu falhei com o que eu defendo, eu falhei com o que eu ensino, eu falhei com o que eu aprendo. Falhei ao falar de amor como quem sabe do que esta falando, entretanto não sabe nem como ligar. Eu falhei ao fazer rimas e ser sensível nas palavras gerais, por não conseguir transmitir essa sensibilidade para minhas relações reais, concretas. Eu falhei por acreditar que eu era capaz de me comover com a minha própria história, de chorar pelos meus próprios problemas, quando na verdade, me comove mais a historia vivida pelos outros.

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