Os
professores, pedagogos, supervisores e diretoras da rede municipal,
em sua grande maioria vem reproduzindo um discurso que vem da esfera
federal, mais especificamente no congresso nacional. É o discurso
que assume um conceito vazio de democracia. Não sabemos por parte
dos servidores se é má-fé, ou se a reprodução do discurso parte
da total alienação no que diz respeito ao entendimento sobre os
conceitos reais de democracia. Esse discurso tem como base de
sustentação a democracia representativa, como única via da
democracia. O discurso reproduzido na esfera municipal sobre
democracia, no caso da reivindicação da volta das eleição de
diretores para as escolas tem se pautado na democracia enquanto mera
procuração cedida aos vereadores e prefeito na tomada de decisões
políticas. No entanto esse conceito de democracia é tudo aquilo que
abominamos diariamente, quando pedimos para ter voz, quando pedimos
para sermos ouvidos, quando reiteramos que temos direitos de decidir
e de participar das escolhas que nos cabem, quando achamos que as
politicas publicas não estão sendo concretizadas, então, ainda no
que tange a democracia representativa, essa representação não pode
ser uma procuração em branco avalisando quaisquer decisões que
sejam tomadas pelo prefeito ou pelos vereadores, e no ambito federal
pelos deputados e senadores.
No
próximo dia 18 de novembro os servidores municipais de Maringá
farão uma paralisação decidida em assembléia. Não meus caros, a
paralisação não caiu do céu, não brotou do chão, como muitos
desavisados acham, ela foi decidida por um grupo de servidores que
resoveu tirar a bunda do sofá de casa e se encaminhar até a camara
de vereadores para se enpoderar dos seus direitos. Foram poucos, mas
o suficiente para decidir. Com a decisão da paralisação o que tem
se visto no cotidiano escolar é o terrorismo barato tipico da
família Barros e tipico deste modelo nauseante de manutenção do
poder do qual se utilizam os piores politicos. Sim, é da Família
Barros que estamos tratando, o Pupin, e a grande massa volumosa de
vereadores deste municipio rezam a cartilha barrosa. Essa cartilha
faz parte justamente de um conjunto de ações que certificam a
manutenção do poder nas mãos da família Barros, seja por eles
diretamente ou por laranjas, como o Pupin, e não obstante, outros
que vem com uma tentativa sórdida de se desenhar no cenario enquanto
oposição a tudo isso, como vem fazendo convenientemente o
presidente da camara de vereadores de Maringá, Ulisses Maia. E nessa
linha como fazem estratégicamente outros vereadores que ora se dizem
estar com o povo, ora votam contra o povo. Contradições, muito
hegemonicas eu diria.
Esse
terrorismo, ou perseguição no ambito escolar, do qual eu faço
parte, mas que pode ser relatado por outros servidores em outros
ambitos de diferentes maneiras sobre a decisão de paralisar na
próxima terça só é possível por que a administração fez muito
bem o dever de casa, com o cerceamento da participação democratica
nas decisões politicas, cada vez mais estamos sujeitos e submetidos
aqueles que indicados pela admistração seguem como capatazes
aterrorizando em nome de uma falsa democracia o direito dos
trabalhadores de se mobilizar e de reivindicar melhores condições
de trabalho. Por isso, a campanha e a paralisação pode ser pelo
vale alimentação, mas que fique claro, essa paralisação deve
fazer parte de algo muito maior, que é a retomada da participação
popular nas decisões politicas da nossa sociedade. Se tivessemos o
direito de eleger a direção das escolas garantidos, hoje não
precisariamos estar submetidos ao envenenamento terrorista plantado
contra os servidores, a fim de intimidá-los, de coagí-los, caso
paralisem.
O
que temos hoje nas escolas municipais de Maringá, são professores
em sua maioria cada dia mais emburrecidos, alienados, conformados,
que se justificam de todas as maneiras possíveis para desviar-se do
dever de lutar pela redemocratização das escolas, e por melhores
condições de trabalho, inclusive na questão salarial. Professores
que alegam que já lutaram demais, e que nuca obtiveram sucesso;
outros amedrontados com a coação da administração, outros dizem
ter outras coisas para fazer, como se todas as outras coisas tivessem
mais importância que a participação popular na construção de uma
real democracia, isso por que resolvi nem mencionar que existe uma
outra via democratica além da representativa, que é a democracia
participativa, que exigiria muito mais dispendio de energia do povo.
Mas o povo tá tão cansado não é mesmo, que dar procuração em
branco anda parecendo uma boa opção. Professores e comunidade,
preciso alertá-los, os sorrisos matinais e vespertinos das diretoras
nas escolas na hora da entrada, são milimetricamente calculados e
decididos politicamente por quem quer manter a educação enquanto
grande curral eleitoral, é estratégico, não deixem se enganar por
esse entendimento abominável de democracia que tentam efiar goela
abaixo.