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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aloha sim, e daí?

É sempre nesses momentos, em que ouço esse tipo de som, esse tipo de letra, que eu realmente não entendo se estou ficando velho demais pra me adequar, pra me adaptar. Será que devo morrer? É que eu realmente não consigo entender ao certo o por que hoje não se pensa, não se cria com os mesmos propósitos, e claro, eu entendo que talvez seja por que os propósitos mudaram mesmo, uma pena, pois os propósitos de décadas atrás, me parecem tão atuais, mas os jovens andam cada dia mais sem propósito algum.

Aloha

Será que ninguém vê
O caos em que vivemos ?
Os jovens são tão jovens
E fica tudo por isso mesmo
A juventude é rica, a juventude é pobre
A juventude sofre e ninguém parece perceber
Eu tenho um coração
Eu tenho ideais
Eu gosto de cinema
E de coisas naturais
E penso sempre em sexo, oh yeah!
Todo adulto tem inveja dos mais jovens
A juventude está sozinha
Não há ninguém para ajudar
A explicar por que é que o mundo
É este desastre que aí está
Eu não sei, eu não sei
Dizem que eu não sei nada
Dizem que eu não tenho opinião
Me compram, me vendem, me estragam
E é tudo mentira, me deixam na mão
Não me deixam fazer nada
E a culpa é sempre minha, oh yeah!
E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar
O que eu tenho de melhor: minha esperança
Que se faça o sacrifício
Que cresçam logo as crianças

Legião Urbana - Renato Russo

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Estranhamento

Só Deus realmente pode saber o quanto que eu não escolhi por ser quem sou. Quando tudo o que eu mais queria era simplesmente ser feliz, tento esqueçer os culpados se é que eles existem. Como eu queria conseguir falar de mim de uma forma mais simplificada, de modo mais claro, por que eu estou realmente cansado de nublar com metáforas e abstrações coisas que pra mim na verdade são tão simples. Cara, é duro saber que se é igual a todo mundo, saber que sente-se o mesmo medo, as mesmas paixões, as mesmas necessidades fisicas, e num piscar de olhos ou numa palavra cruel toda tua existência é digna de lixo, digna de ser amaldiçoada,  mesmo tendo sempre feito de tudo o que de fato pode ser considerado atitudes de um bom moço. Como e quando um amigo se torna inimigo tão rápido? Quando e como uma familía acolhedora se torna opressora e incompreensível em suas falas e atitudes? Eu sei. Isso acontece quando não se pensa bem no que se fala, ou nas consequencias de suas atitudes, e isso é um reflexo preciso da ignorância, de quem muitas vezes prefere esta condição, pra se ver livre da responsabilidade de encarar o mundo como ele é, e não como nos dizem que ele deve ser. Eu não estou cansado da minha vida em si, mas sim da montanha russa de sentimentos e de situações que destroem toda e qualquer auto-estima, que me fazem sentir-se a miséria me transformando num poço fundo, escuro e gelado. Como podem as pessoas que dizem te amar serem tão crueis muitas vezes sem ao menos saber disso? Eu sei. É o fato de não refletirem a cerca do que falam, e das atitudes que tomam. É a ignorância de sonhar que o mundo é feito de perfeições. E em meio a tudo isso, minhas projeções desiludidas, me mostram o quanto eu mesmo aprendi a não gostar do que sou. Cara, eu vejo em filmes tudo o que se passa comigo, me identifico, mas no fim todos os finais parecem bem melhor nos filmes. E realmente eu não sei dizer o que Deus pensa sobre isso. É a sensação de estar tomado pela insanidade, de desejar tudo o que não se pode ter, de não pertencer a nenhum dos mundos, como um pó de estrela suspenso no espaço, sem direção, e já com o brilho ofuscado demais para ser notado.


Como sou

Pratiquei divinas ilusões
E chorei ao ouvir a chuva cair
Respondi diversas as questões
Pra passar o tempo
Que você deixou para trás, meu amor.
Reneguei as minhas emoções
e deixei a intenção de amar
Procurava um lugar distante, distante
Onde possam me aceitar, como sou, como eu sou
Repeti os erros do passado
E agora eu vivo como os meus pais
Envelheci, perdi o meu retrato
E do meu rosto eu nem me lembro mais
O espelho quer me enganar
E me mostra alguém em quem eu não me vejo
Desespero é não encontrar
Em meio as cartas e os álbuns
Uma história pra poder contar
E deixar para os meus netos. Nenhum.

Eu já não sei quem sou
Perdi meu nome, meu id e meu ego
Juntei pedaços do que restou
No quarto livros que eu quero

Rodrigo Eduardo

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